Como relacionamentos positivos podem ajudar equipes de alta performance
Martin Seligman, psicólogo que liderou a criação da Psicologia Positiva no final dos anos 90, apresenta, em seu livro Florescer, a Teoria do Bem Estar e o Modelo “PERMA”, acrônimo em inglês composto pelas iniciais dos cinco elementos essenciais, que, segundo esse autor, devem estar presentes para experimentarmos um bem estar efetivo e duradouro. São eles:
– P = Positive emotions (emoções positivas);
– E = Engagement (engajamento ou “flow”);
– R = Relationships (relacionamentos sociais positivos);
– M = Meaning (sentido de viver; propósito);
– A = Accomplishment (realização).
Quero deter-me no elemento “relationships”. Segundo o modelo de Seligman, como seres sociais, temos nos relacionamentos positivos um ponto fundamental para atingirmos e mantermos níveis consistentes de bem estar. À medida que construímos e mantemos conexões positivas aumentamos nosso nível de felicidade, e, em estando mais felizes, temos mais facilidade em construir novas amizades, gerando um movimento em espiral que amplia nossa rede de suporte social. Imagine-se em qualquer situação de dificuldade ou desafio. Agora, sinta o poder de ter com quem contar e dividir essas situações, em qualquer momento e em qualquer lugar!
Mas o que isso tem a ver com equipes de alta performance? Bem, o Psicólogo Chileno Marcial Losada tem interessante contribuição nesse sentido. Ele desenvolveu um estudo que apresenta a “Linha Lousada”, técnica segundo a qual para criarmos e mantermos relacionamentos de qualidade fazem-se necessárias três interações positivas para cada interação negativa que tenhamos com outra pessoa ao longo do dia. Indo além, e debruçando-se sobre o tema das equipes de alta performance, concluiu que quanto mais interações positivas, acima da linha Lousada (3 x 1), os membros da equipe vivenciam no ambiente de trabalho, maior é a qualidade e performance de resultados do time.
Particularmente, enquanto líder de pessoas em diversas situações ao longo de minha carreira, sempre me interessou o tema. Em alguns momentos, e em algumas formações de equipe das quais participei, experimentamos a tão almejada excelência. Entretanto, confesso que não conseguia identificar o que havia, de forma definitiva e substancial, nos levado a tal nível.
Hoje, em contato com o modelo PERMA do Dr. Seligman, e com a Linha Lousada do Dr. Marcial, e relembrando os citados momentos, tenho a convicção de que estávamos experimentando constantes e inúmeras interações positivas. Do que estou falando? Elogios sinceros, agradecimentos por tarefas cumpridas, aprendizados coletivos diante de insucessos, suporte e apoio nos desafios, comemoração nas pequenas e nas grandes vitórias, vulnerabilidade compartilhada, e alegria constante no ambiente de trabalho.
Na prática, pode não ser algo tão fácil de ser implementado, mas tenho a crença de que vale muito à pena!