O Coaching na Gestão de Projetos – Parte IV
Conhecer como comportam-se as pessoas que compõem o time de projeto, ou mesmo entender quais perfis são mais adequados à determinada situação, é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho vencedor.
Com isso em mente, trazemos do coaching ferramentas poderosas, que auxiliam na identificação do perfil comportamental (coaching assesment), da forma como processamos informações (sistema representacional), e das forças de caráter predominantes (forças pessoais).
O coaching assesment é um teste que identifica o perfil dominante em relação ao comportamento de um indivíduo, ou seja, como ele reage à estímulos externos, em estado normal, sob pressão ou mesmo em situação de liderança. O perfil Executor destaca-se pela sua determinação, independência e pioneirismo, com foco total em resultados e na velocidade. O Comunicador é excelente na construção e manutenção de relacionamentos, caracterizando-se pela sociabilidade, entusiasmo e auto-confiança. Paciência, persistência, organização e criatividade qualificam o Planejador, cujo foco está em fazer diferente. Por sua vez, o Analista detém elevada capacidade de avaliação e julgamento, focando na exatidão e no detalhe. Não é comum termos essa ferramenta à disposição antes de montarmos uma equipe, entretanto, se o GP possuir conhecimento desse tema, poderá identificar os principais traços desses perfis comportamentais, como seus pontos fortes, pontos de melhoria, o que os motiva e como respondem sob pressão, e, com isso, utilizar melhor os recursos que dispõe, ou mesmo fazer uma escolha mais assertiva de sua equipe.
A maneira pela qual usamos nossos sentidos para processar e representar informações sobre o que está acontecendo ao nosso redor é conhecida por Sistema Representacional. Cada indivíduo tem um sistema dominante, que pode ser o visual, o auditivo, o cinestésico e o digital. O visual faz uso da visão como meio de obter e reter as informações, sendo capaz de fazer uma imagem imediata daquilo que está recebendo. O auditivo tem como canal preferencial os sons e gosta de ouvir os outros, e montar uma história com a informação que está chegando. O cinestésico capta informações através de experiências sensoriais, e, por isso, sua principal forma de aprendizagem é fazer ou executar, guiando-se pela experiência motora. Por fim, o digital faz muitas perguntas, e trava diálogos internos enquanto recebe informação, buscando a lógica, o sentido e a aplicabilidade do que está captando. Saber identificar o nosso sistema, bem como das demais pessoas com as quais compartilhamos conhecimentos e atividades, traz uma maior assertividade à comunicação, dentro e fora do grupo de trabalho.
Por fim, a partir da fabulosa contribuição da psicologia positiva, hoje temos mapeadas as 24 forças do caráter, as quais todos os indivíduos possuem. Contudo, é possível identificar quais são as 5 forças pessoais que são acessadas naturalmente, e que, quando em ação, proporcionam o engajamento nas atividades, aumentam os níveis de felicidade, e oportunizam fazermos o que melhor sabemos e gostamos de fazer. A identificação das top five pode ser obtida através de teste disponível em http://www.viacharacter.org.
Concluindo, acredito que o trabalho de um gerente de projeto pode ser efetivamente aprimorado quando conhece as características fundamentais dos membros de sua equipe, seja em relação à forma como reagem (ou agem) frente aos estímulos externos, seja na maneira como processam as informações, ou quanto às forças pessoais que trazem como traço de caráter.
Marco Gomes